sábado, 29 de dezembro de 2007

O Natal me mata...

"Se a nossa justiça não abarcar esses que estão abaixo e à margem das benesses do progresso e da sociedade em que vivemos, será como a palha que queima e se transforma em cinza."

"Que se abra a terra, para que a gravidez universal da criação se torne parto infinito e constante. Que a nova criação seja parida na caridade vivida, nos gestos humildes de amor aprendidos no Deus que desce e se encarna no mais estreito e frágil da Criação da qual é Senhor."

"Que a nossa humanidade, enfim, aprenda nesse Natal a abrir-se para acolher o outro que sofre, que chora, que é infeliz.O outro faminto, sedento, cativo e nu."

São trechos de "O Natal me mata...", texto de Cadu. Leia na íntegra em Intelecutal Orgânico.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

FALE em 2008

Fique sabendo que a campanha por saneamento ambiental continua em 2008!
E fique sabendo da história da campanha e dos resultados obtidos até aqui!
Desejo a todos um Ano Novo repleto da JUSTIÇA DE DEUS!
Pedro.
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quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Último encontro de 2007

Não perca neste sábado o último encontro do ano da Justiça dos Jovens!

É tempo de encerrar um ciclo e iniciar outro! Teremos uma breve devocional, muita conversa, lanche, etc.

Venha, você é bem vindo!

Local: I. B. Itacuruçá - Sala dos Jovens (4º andar, onde funcionam as nossas EBDs)

Horário: 18h30

Data: 22/12/2007 (Sábado)

Abraço e vejo vocês lá,
Pedro Grabois.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

"Depois que meus pais se separaram..."

"Cuidar integralmente do ser humano é missão dada por Deus para cada um de nós. Neste sentido, já vale a reflexão sobre família, paternidade, separação, adolescência, etc."
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Nossos amigos Jessé e Christine fazem parte desse trabalho. Confiram dia 14 de DEZEMBRO na UERJ.
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O Programa Pró-Adolescente convida para o último evento do ano:
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Data: 14/12/2007 (sexta-feira).Local: UERJ, Teatro Noel Rosa, Rua São Francisco Xavier 524 - Maracanã - Rio de Janeiro / RJHorário:
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18:00 - Lançamento do livro Paternidades Contestadas, autoria de Leila Maria Torraca de Brito.
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18:30 - Apresentação da peça teatral Depois que meus pais se separaram... (obra baseada em pesquisa sobre guarda de filhos) pelo Projeto Palco Acadêmico.
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ENTRADA FRANCA
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Realização: Programa Pró-Adolescente do Instituto de Psicologia da UERJ
Tel.: (21) 2587-79-45
E-mail: proadol@uerj.br

domingo, 2 de dezembro de 2007

Fim de ano, novos desafios

No último sábado 24 de Novembro, realizamos o 3º Justiça em Debate do ano. Lá estiveram presentes 25, contando com o palestrante Paulo Alentejano (Paulinho Chinelo para os mais íntimos). Foi um momento maravilhoso de aprendizado e crescimento coletivo. Muitas das nossas respostas-prontas foram contestadas e pudemos nos aproximar um pouco mais dessa realidade que é tão pouco comentada em nossa vida eclesiástica, a Reforma Agrária.
No último sábado 1º de Dezembro, estivemos novamente no Desafio Jovem (Casa de recuperação de dependentes químicos em Itaboraí). Realizamos uma oficina sobre Confissão e Perdão (Samir Confessor) e uma outra sobre Higiene Bucal (Reginaldo Coelho). Foram momentos especiais com aquelas pessoas ali, homens carentes de uma série de coisas, como cada um de nós, mas sabemas que as carências deles são mais visíveis e isso nos impulsiona a querer ajudá-los. É maravilhoso saber que estamos levando oportunidades reais de melhoria de qualidade de via para eles. Espero que em breve possamos implementar projetos mais e mais ousados.
Em breve postarei uma reflexão de verdade sobre o ano que passou. Por hora, fico apenas com essa sobre as atividades dos últimos sábados.
Quero também desde já colocar nossa pequena listinha de desafios para o ano que vem e para os próximos.
Desafios para 2008 e para os anos seguintes:
-precisamos de pessoas que contribuam financeiramente
-precisamos de pessoas que liderem (pastoreiem) mini-equipes
-precisamos integrar diversos profissionais em ações coletivas e continuadas
-precisamos preparar pessoas, capacitá-las para a liderança
-precisamos capacitar pessoas para o trabalho com população em situação de rua
-precisamos que mais e mais pessoas (isso inclui você que me lê) entendam que praticar a Justiça é mandamento para todos.
-ter um espaço semanal para crescimento e treinamento das pessoas que querem buscar justiça.
(Mais sobre tais desafios você encontra aqui no Blog nas próximas semanas.)

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

FALE fala de ITA (2)

Veja no Blog do FALE.
O blog do FALE está anunciando o Debate sobre Reforma Agrária que acontecerá neste sábado(15h) na Igreja Batista Itacuruçá.
Será um momento de muita edificação e crescimento coletivo.
Após o debate ocorrerá um culto com adolescentes e jovens da igreja.
Até lá.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

UMA BELEZA AMEAÇADA

UMA BELEZA AMEAÇADA
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"Rio quarenta graus, cidade maravilha, purgatório da beleza e do caos..." Fernanda Abreu

O Rio de Janeiro é uma cidade de contradições. Lindas paisagens enchem de alegria os olhos que contemplam o Cristo de braços abertos no alto do Corcovado. O Pão de Açúcar guarda a entrada da Baía de Guanabara e as praias refrescam os verões escaldantes. Quando se olha de perto, porém, o ambiente de violência e injustiça emerge ameaçador. O som dos tiros já é familiar aos ouvidos dos cariocas e o medo dos assaltos tornou vazias algumas ruas que, anteriormente, eram agitadas por pessoas que buscavam se divertir em lugares belos e agradáveis. Estas situações roubam a paz e trazem à tona um importante questionamento: Onde Deus está, que permite estas tragédias acontecerem?
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Veja a continuação deste texto no Blog do Marcos Vichi.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

FALE fala de ITA

Banquinha do FALE na ITA durante o Congresso Jovem de Setembro
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Confira aqui no BLOG DO FALE um breve relatório sobre como foi a campanha do FALE na Itacuruçá.

Se você ainda não conhece o FALE, não perca mais tempo, acesse agora http://redefale.blogspot.com/.

Se você já conhece a temática da campanha e quer adquirir mais cartões, nós temos umas dezenas ainda disponíveis. É só deixar um comentário pedindo cartões ou enviar um e-mail para pedrojustica@gmail.com.

domingo, 28 de outubro de 2007

3º Justiça em Debate / 24 - NOV - 2007

3º Justiça em Debate/2007
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No próximo sábado 24 de Novembro, às 15 horas, ocorrerá na nossa igreja o 3º Justiça em Debate/2007. O tema desta vez será Reforma Agrária . Contaremos com a participação do professor e geógrafo Paulo Alentejano. O evento é organizado pelo Ministério Jovem em conjunto com a Visão Ministerial de Justiça e ocorrerá na Sala dos Coros. O tema é pouco abordado em nosso meio, mas é muito relevante, separe desde já essa tarde para estar com a gente.
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Mais informações!
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O que é o “Justiça em Debate”?

É um espaço aberto para reflexão e debate sobre temas de relevância para a sociedade e sua possível transformação.

É um tempo válido tanto para os que conhecem quanto para os que desconhecem o assunto abordado, pois sempre podemos entrar em contato com perspectivas e pensamentos diferentes dos nossos.
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Justiça em Debate...
... um momento de aprendizagem.


Reforma Agrária, no olhar do Professor e Geógrafo Paulo Alentejano e nos muitos olhares ali presentes.

“A história da questão agrária no Brasil é a história da não realização da reforma agrária...”


-------------------------------Reforma agrária

Uma luta de todos...
----------...uma luta.
-----------...de todos.
Uma luta de todos
-------...de todos?

Recapitulando...
Data: 24/NOV/2007 (sábado)
Horário: 15h
Local: Igreja Batista Itacuruçá (Praça Barão de Corumbá 49, Tijuca) Sala dos Coros
Convidado Especial: Paulo Alentejano (Geógrafo; Professor da Faculdade de Formação de Professores da UERJ, e do CEAT)
Tema: Reforma Agrária
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Entrada Franca


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"Ai dos que ajuntam casa a casa, reúnem campo a campo, até que não haja mais lugar, e ficam como únicos moradores no meio da terra!" (Isaías 5.8)

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

A quem cabe a justiça?

Tem gente que diz, a mim não cabe a justiça. A justiça é de Deus, a justiça é vontade divina, é do Senhor. Ele é o Criador dos céus e da terra e somente a Ele cabe a justiça.
É verdade, a própria Bíblia diz que Ele é o Senhor da Justiça e a Justiça é d’Ele.
Mas a mesma Bíblia também diz “pratique a justiça”.
Quer algo mais claro que isso?
Praticar a Justiça, amar a bondade e caminhar humildemente com Deus.


“FOI-TE ANUNCIADO, Ó HOMEM, O QUE É BOM,
E O QUE IAHWEH EXIGE DE TI:
NADA MAIS DO QUE PRATICAR A JUSTIÇA,
AMAR A BONDADE,
E TE APLICARES A CAMINHAR COM TEU DEUS!”
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Miquéias 6: 8
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A Justiça cabe a mim e a você sim. E é o próprio Deus quem o diz.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Justiça e Sacrifício

Texto do Pr. Romão usado para reflexão na reunião de hoje.
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JUSTIÇA E SACRIFÍCIO

“Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.” Mateus 5.10

Comprometimento social é uma expressão que está na moda. As grandes corporações lucram quando associam a sua imagem a projetos que promovem a redução da desigualdade entre as pessoas e a preservação do meio ambiente. Diversos setores da sociedade civil unem-se nas ONG’s com o objetivo de suprir a ausência do poder público no atendimento às áreas carentes da cidade.

A IB. Itacuruçá e o Ministério da Juventude adotaram a Justiça Social em suas visões ministeriais e desenvolvem uma série de atividades com o propósito de levar ao necessitado o evangelho integral, que redime a alma perdida e cuida do corpo que sofre.

Não é fácil lutar pela Justiça numa sociedade estruturalmente corrupta. Aqueles que se envolvem nesta batalha logo percebem que precisarão enfrentar suas conseqüências. A primeira delas é: Incômodo ao contemplar a miséria que atinge ao próximo. Como virar o rosto para o considerável aumento da população em situação de rua no Rio de Janeiro ou com as crianças que sofrem abusos e violência dentro de suas famílias sem ter a quem recorrer?

Este incômodo gera a segunda conseqüência: Envolvimento na busca por soluções. Envolver-se com o problema dos outros toma tempo, dá trabalho. Finais de semana de descanso serão substituídos por visitas, a conversa com os amigos será interrompida pela história de alguém que precisa de ajuda urgente. Enfim, agenda e compromissos pessoais serão alterados em favor dos pobres, doentes e oprimidos. Só permanece nesta luta quem encontra sua realização ao ver uma vida tendo a sua dignidade restaurada.

A terceira conseqüência é a perseguição movida por setores que lucram com a miséria. Não é fácil lutar contra a opressão que massacra o pobre. Ela não é um fato isolado, mas apenas a ponta de um iceberg de uma estrutura complexa, que lucra muito explorando a necessidade alheia. Não são poucos os casos de ativistas sociais ameaçados de morte e até mesmo assassinados devido à sua luta para verem cumpridos, em suas comunidades, os direitos básicos garantidos pela constituição, mas ignorados pelo poder público.

A justiça e o sacrifício andam juntos, Jesus sabia muito bem disso quando afirmou em João 16.33: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” Esta é a esperança que deve alimentar o nosso coração: saber que Cristo caminha à frente e já garantiu a recompensa final: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos.” Mateus 5.6. Justiça integral Já!


Marcos Vichi

http://compartilhandopalavras.blogspot.com/

sábado, 13 de outubro de 2007

Atividades da Justiça em Outubro!

Não perca as próximas atividades do mês de Outubro.
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Duas atividades externas:
-Visita ao Desafio Jovem (casa de recuperação de dependentes químicos) em Itaboraí. Dia 20 (sábado) às 8h30.(necessária a inscrição)
-Este mês não haverá mais visita ao A.L.M.A. (Associação Lar Missionário do Amor-abrigo de crianças vítimas de violência doméstica e negligência) na Ilha do Governador. No dia 27, o que tiver sido arrecadado será entregue ao abrigo.-Mais informações com Diego Cândido.
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Duas reuniões:
-Reunião geral de Justiça dos Jovens. Dia 15 (segunda-feira) às 19h30 na ITACURUÇÁ. (aberto a todos)
-Reunião para discutir o futuro trabalho com o Desafio Jovem. Dia 26 (sexta-feira) às 19h na ITACURUÇÁ. (aberto a todos)
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Dois pedidos:
-O apoio ao trabalho realizado no ALMA e no Desafio Jovem também quer contar com a sua ajuda. Contribua com seu tempo, suas capacidades, suas doações em alimento, roupas e dinheiro (há uma lista de arrecadação para cada um desses trabalhos). Entre em contato com a gente se deseja fazer parte desses trabalhos ou se deseja contribuir diretamente com as listas.
-Você que ainda não conhece nada desse trabalho que a juventude realiza, procure ir numa de nossas reuniões, que são sempre abertas.
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Ministério de Justiça dos Jovens da Igreja Batista Itacuruçá!
Por um trabalho democrático e de construção coletiva!
O Evangelho todo para o homem todo!

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Agroecologia: um caminho

Feijão cavalo colhido na horta
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Durante uma semana de setembro, participei de um mini-curso na UFF sobre agroecologia. Lá, aprendi uma série de coisas novas a respeito do tema e confirmei algumas intuições que tinha a respeito da situação atual em que vivemos. Predomina a monocultura e o agronegócio, que ferem a biodiversidade. A prática de uma agricultura comprometida com o bem-estar da natureza e da sociedade é tida como alternativa. A agricultura familiar é vista por muitos como menos produtiva...
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São muitos debates, muitas questões a serem discutidas. Estamos aqui para isso mesmo. Vamos debater, pesquisar mais sobre o assunto e seguir este caminho do cuidado da Terra, da natureza e de seus habitantes; pois também é caminho de Jesus e parte do Evangelho integral.
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Navegue na rede e conheça mais sobre agroecologia. Conheça outros links, clique aqui.
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quarta-feira, 3 de outubro de 2007

FALE por saneamento ambiental

FALE
por saneamento ambiental
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Ação e Oração / Defesa de direitos / Cobrança de políticas públicas
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Envie o cartão ao Presidente da República, mostrando que você se importa, só isso.
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Veja mais sobre a campanha clicando aqui.
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FALE
Levante sua voz contra a injustiça!


[Quer receber cartões em sua casa? Entre em contato com o FALE.]

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

ISAÍAS 58: um texto que fala por si mesmo.

ISAÍAS 58
"1 Grita a plenos pulmões, não te contenhas,
levanta tua voz como trombeta
e faze ver ao meu povo a sua transgressão,
à casa de Jacó o seu pecado.
2 É a mim que eles buscam todos os dias,
mostram interesse em conhecer os meus caminhos
como se fossem uma nação que pratica a justiça,
que não abandona o direito estabelecido pelo seu Deus.
Pedem-me leis justas,
mostram interesse em estar juntos de Deus!

3 E perguntam: "Por que jejuamos e tu não vês?
Mortificamo-nos e tu não tomas conhecimento disso?"
A razão está em que, no dia mesmo do vosso jejum,
correis atrás de vossos negócios
e explorais os vossos trabalhadores;
4 a razão está em que jejuais para entregar-vos a contendas e rixas,
para ferirdes com punho perverso.
Não continueis a jejuar como agora,
se quereis que a vossa voz seja ouvida nas alturas!
5 Por acaso é este o jejum que escolhi,
o dia em que o homem se mortifique?
Por acaso a esse inclinar de cabeça como junco,
a esse fazer a cama sobre pano de saco e cinza,
acaso é a isso que chamas jejum
e dia agradável a Iahweh?

6 Por acaso não consiste nisto o jejum que escolhi:
em romper os grilhões da iniqüidade,
em soltar as ataduras do jugo
e pôr em liberdade os oprimidos
e despedaçar todo o jugo?
7 Não consiste em repartir o teu pão com o faminto,
em recolheres em tua casa os pobres desabrigados,
em vestires aquele que vês nu
e em não te esconderes daquele que é tua carne?
8 Se fizeres isto, a tua luz romperá como a aurora,
a cura das tuas feridas se operará rapidamente,
a tua justiça irá a tua frente
e a glória de Iahweh irá à tua retaguarda.
9 Então clamarás e Iahweh responderá,
clamarás por socorro e ele dirá:
“Eis-me aqui!”
Isto, se afastares do meio de ti o jugo,
o gesto ameaçador e a linguagem iníqua;
10 se tu te privares para o faminto,
e se tu saciares o oprimido,
tua luz brilhará nas trevas,
a escuridão será para ti como a claridade do meio-dia.
11 Iahweh será teu guia continuamente
e te assegurará a fartura, até em terra árida;
ele te revigorará os teus ossos,
e tu serás como um jardim regado,
como uma fonte borbulhante
cujas águas nunca faltam.
12 Teus escombros antigos serão reconstruídos;
reerguerás os alicerces dos tempos passados
e serás chamado Reparador de brechas,
Restaurador de caminhos, para que se possa habitar.

13 Se te abstiveres de violar o sábado,
de cuidar dos teus negócios em meu dia santo
chamando ao sábado “deleitoso”
e “venerável” ao dia santo de Iahweh,
se o honrares, abstendo-te de viagens,
de correres atrás dos teus negócios, de fazeres planos,
14 então te deleitarás em Iahweh,
e eu te farei levar em triunfo sobre as alturas da terra,
eu te nutrirei com a herança de Jacó, teu pai,
porque a boca de Iahweh o falou."

Bíblia de Jerusalém

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

O impacto da violência sobre crianças e jovens

"É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor."
(Artigo 18 do ECA-Estatuto da Criança e do Adolescente)
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Na terça-feira dia 4 de Setembro, estive junto com o André Coelho durante toda a manhã e tarde na Assembléia Legislativa do Rio (ALERJ), num evento que está na sua 4ª edição, salvo engano, chamado Caravana Comunidade Segura. Este ano estão discutindo "O impacto da violência sobre crianças e jovens". Caravana ainda está rodando outras capitais do Brasil e é organizada pelo Viva Rio (ONG).
Naquele dia na ALERJ, nos apresentaram basicamente três coisas: a) o PROGRAMA DE SEGURANÇA HUMANA da Caravana Comunidade Segura 2007; b) o SINASE-Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, organizado pela SEDH-Secretaria Especial de Direitos Humanos e pelo CONANDA-Conselho Nacional dos Direitos da Criança e dos Adolescentes; e c) o PRONASCI-Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania, apresentado pelo Ministério da Justiça do Governo Federal.
O evento não estava defendendo o PRONASCI, estava apenas apresentando-o e lá pudemos parar para considerar o que o programa apresentava de positivo e de avanço em relação ao passado e o que ele ainda apresentava de deficiente.
Uma das coisas que me chamou atenção foi o fato de que a proposta de um efetivo aumento do piso salarial da polícia foi substituída por uma bolsa-formação. Isso pareceu frustar muitas pessoas ali presentes. Falando nas pessoas presentes, lá encontrávamos membros ativos de associações de moradores de comunidades, ONG ativas em comunidades, como PRAZERES e MARÉ.
Bom, o assunto é longo e complexo. Foi muito bom estar ali justamente para ver como tem diversas pessoas se reunindo para mudar um pouco da realidade que nos cerca. Um ponto positivo é a preocupação de construir algo que integre Governo e Sociedade Civil (ONGs, líderes comunitários, religiões, etc.).
Uma coisa importantíssima que não podemos esquecer ao nos lançarmos neste trabalho, que reivindica direitos para crianças e adolescentes de todo o Brasil e para toda a população em geral, é que é um trabalho que pode e deve ser feito com crítica, mas deve ser feito. As instituições são imperfeitas mesmo, cabe a nós, não dar as costas a elas, mas chegar junto e cobrar delas outra postura quando necessário. Refiro-me ao Estado, às ONGs, às igrejas, às autoridades, etc.
Nós, que temos contribuído um pouco com a realidade ali do abrigo de crianças ALMA, precisamos também nos preocupar com o que o governo tem feito e o que, enquanto Sociedade Civil organizada, podemos fazer para mudar a realiade do "menor abandonado" e do "maior abandonado". Espero que possamos trocar ainda muitas idéias e ações sobre este assunto. Tem um material bem vasto comigo, quem quiser acessá-lo é só me contactar.
Um grande abraço a todos,
Pedro Grabois

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Para o nosso amigo PET

Coloco aqui dois pequenos textos que falam do nosso amigo PET. O primeiro é meu e o segundo é do Romão. Se quiser coloque também a sua lembrança do PET num comentário a esta postagem.
“Marcos Dias Gomes, o PET, ex-coordenador da Visão de Justiça dos Jovens da Itacuruçá, se casou com a Sandra no último sábado, dia 8 de Setembro. Ele agora vive no Paraná. Desejo a ele e a sua esposa, Sandra, toda felicidade do mundo!

Pet, que Deus te abençoe muito!

Quero aqui lembrar um pouquinho como você foi importante na minha vida. Como Deus te usou pra me mostrar que este ministério (o de Justiça) também era (e é) o meu ministério. Começamos a nos falar naquela época em que conheci o ALMA e comecei a ir contigo naquelas madrugadas da DELTA em que abordávamos moradores de rua ali de Vila Isabel. Foi um período muito abençoador e aprendi muito contigo. Eu lembro que a gente discordava bastante. Mas no essencial a gente concordava, e com certeza Deus, através de você, confirmou isso em mim, que é preciso cuidar não só do espírito, mas também do corpo. O Cristianismo, completo e integral, eu fui aprendendo na prática, contigo.

Te sou muito grato e sou grato a Deus, porque Ele nos colocou em contato um com o outro e pudemos nos tornar irmãos e amigos. Espero que a nossa amizade continue apesar da distância. Novamente desejo muita felicidade no seu casamento!

Um abração,
Do teu amigo/irmão,
Pedro Grabois.”
"UMA PALAVRA IMPORTANTE
"Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos." Mateus 5.6
Eu cheguei à Igreja Batista Itacuruçá em 2003, após passar dois anos e meio no campo missionário. Uma das primeiras pessoas a me receberem foi o Marcos Gomes, o Pet.
Naquela época, eu estava desempregado. Ao saber disso, o Marcos imediatamente pediu o meu curriculo para levá-lo à empresa onde ele trabalhava. Quinze dias depois, fui chamado para uma entrevista e, posteriormente, admitido. Aquele emprego foi uma grande bênção, porque garantiu o meu sustento, permitiu-me conhecer novas pessoas e superar limites pessoais.
Apenas um gesto, uma preocupação, representando um desejo de que a justiça de Deus se tornasse real na vida de uma pessoa. Essa determinação o levou a despertar nossa juventude para apoiar o orfanato ALMA, confrontando-a com a necessidade de colocar em prática os princípios amplamente discutidos na Escola Bíblica Dominical.
O Pet foi abençoado, casou-se e se mudou. Ele vai fazer falta aqui. Fico feliz, entretanto, porque ele abençoará muitas pessoas em seu novo lar no Paraná.
Muitas felicidades, grande amigo! Que o Senhor o abençoe e o guarde e permita que que você e sua família semeiem a justiça e a Boa Nova do Reino de Deus aonde quer que forem.

Marcos Vichi"

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Contribuições para uma Extensão Agroecológica

O Mutirão de Agricultura Ecológica (M.A.E.) da UFF apresenta o mini-curso "Contribuições para uma Extensão Agroecológica".
Data e Hora: de 10 a 15/09/2007 das 14h às 18h.
Local: Universidade Federal Fluminense, Campus das Geociências, Auditório Milton Santos (Av. Gal. Milton Tavares de Souza, s/n - Boa Viagem - Niterói - RJ).
Inscrições: Nos dois primeiros dias, uma hora antes das palestras na entrada do Auditório (Gratuitas) - Haverá Certificado.
Palestras
Dia 10 de Setembro - 2ª feira 14h
-Introdução a Agroecologia; concepções filosóficas - Mônica Cox - UFF
-A Questão fundiária e os cercos do desmatamento no Brasil - Paulo Alentejano, Geografia - UERJ/FFP
-O Agroextrativismo - Carlos Walter, Geografia - UFF
Dia 11 de Setembro - 3ª feira 14h
-Agricultura Urbana - Denis, ASPTA
-Assistência técnica em bases Agroecológicas - Alexandre da Cedro
Dia 12 de Setembro - 4ª feira 14h
-Regeneração de áreas degradadas - Antônio Castor, Viveirista de Miguel Pereira
-Diversificação e beneficiamento da produção agrícola - José Ferreira, Produtor Agroflorestal de Parati
-Princípios Agroflorestais - Claudemar - Secretaria de Agricultura e Pesca de Casimirio de Abreu
Oficinas
Dia 13 de Setembro - 5ª feira 14h
-Agrofloresta para regeneração de áreas degradadas - José Ferreira, Produtor Agroflorestal de Parati
-Criação de viveiros - Antônio Castor, Viveirista de Miguel Pereira
Dia 14 de Setembro - 6ª feira 14h
-Construção com Bambu - Sergio (ambientalista) e Marcelo (designer)
-Compostagem - GAE, Grupo de Agroecologia UFRRJ
Dia 15 de Setembro - Sábado 9h
-Ida a Feira Ecológica na Glória, Praça do Russel.
Bate-papo com os organizadores da feira- Renato

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Ilha das Flores

Esse curta-metragem é de Jorge Furtado. Contém uma crítica social bastante interessante e tem uma narrativa que acaba soando bem sarcástica e irônica. Lembro que foi exibida há uns dois anos, eu acho, numa vígilia de adolescentes lá na ITA. Eu conheci o filme lá e fiquei bastante impressionado com ele na época. Tivemos um debate bem interessante e produtivo e olha que era quase 1h da manhã!
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Se você ainda não viu, vale a pena acessá-lo no youtube, está dividido em duas partes.
Assista "Ilha das Flores" clicando aqui.
Não deixem de ver o filme!
Abraços,
Pedro Grabois.

Classe Média

Essa música já está bastante famosa, foi acessada umas 200 mil vezes no youtube. Vale a pena ouvir e prestar atenção na letra. A música é do Max Gonzaga e contém uma crítica social bem interessante.

Veja e ouça Classe Média clicando aqui.

Assistam! Vale a pena!

Pedro Grabois.

sábado, 25 de agosto de 2007

Caravana Comunidade Segura 2007

Chegou-me um e-mail falando sobre a Caravana Comunidade Segura, até então eu nunca tinha ouvido falar. Vou transcrever aqui parte das informações que recebi.
"Neste ano, o tema principal é O Impacto da Violência Sobre Crianças e Jovens. A Caravana irá percorrer 11 capitais brasileiras entre setembro e novembro reunindo instituições, lideranças sociais, autoridades e jovens dedicados a esta agenda para uma capacitação mútua, visitas a boas práticas e audiências com autoridades. O objetivo principal é potencializar a articulação das redes e sua atuação local e nacional."
"As oficinas acontecerão nas Assembléias Legislativas sempre no primeiro dia da passagem da Caravana entre 9H00 e 16H30 e as visitas a projetos e audiências com autoridades no segundo dia."
A Caravana vai começar pelo Rio de Janeiro (dias 4 e 5 de Setembro) e depois passa por Salvador - 10 e 11 set; Recife - 12 e 13 set; Belém - 14 e 15 set; São Paulo - 20 e 21 set; Belo Horizonte - 24 e 25 set; Porto Alegre - 15 e 16 out; Curitiba - 17 e 18 out; Vitória - 22 e 23 out; Brasília - 30 e 31 out; Natal - 7 e 8 nov.
Tá aí, mais uma oportunidade de nos envolvermos e lutarmos contra a violência!

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Reforma Agrária

Segue o texto do pastor Ariovaldo Ramos.

Para quem quer mudar o Brasil

"Ai dos que ajuntam casa a casa, reúnem campo a campo, até que não haja mais lugar, e ficam como únicos moradores no meio da terra!" (Isaías 5.8)
"E, sobre ela, choram e pranteiam os mercadores da terra, porque já ninguém compra a sua mercadoria... e até almas humanas." (Apocalipse 18.11, 13b)

Na estrada da transformação do Brasil, uma medida se impõe – a reforma agrária. O País tem sofrido de aguda injustiça fundiária desde o seu nascedouro: as chamadas capitanias hereditárias, onde nobres portugueses recebiam incomensuráveis glebas de terra no Brasil, foram os meios escolhidos pela coroa portuguesa para incentivar a colonização do novo território. Desde então, a nação brasileira sofre a desdita de ver grande parte de seu ativo fundiário nas mãos de poucos proprietários, isso sem contar que muitos destes proprietários galgaram essa posição por meios violentos e ilegais. Nada é tão confuso e tão eivado de corrupção no País quanto a questão da posse da terra.
Uma das questões que subjazem nesse desafio nacional é o princípio de que, uma vez que você tenha poder aquisitivo, você pode ter o quanto de terra e casa você quiser. Como se pode perceber, o princípio que norteia os textos bíblicos acima é contrário a esse paradigma; isto é, o texto impõe limites, ninguém pode ter tudo o que quer só porque pode. O princípio das Escrituras impõe limites ao poder aquisitivo. E esse é o primeiro padrão que precisa ser atacado no País – é preciso impor um limite à posse, tanto ao número de propriedades, quanto ao tamanho das mesmas. Segundo as Escrituras, ninguém pode concentrar propriedades a ponto de ameaçar a moradia ou direito à terra de todos, que é justamente o que acontece no Brasil.
Concentrando-nos na questão agrária nos damos conta de que o País sofre, ainda, o agravante de que o latifúndio pratica a monocultura, movido por aquilo que o mercado internacional paga melhor – que é o princípio do chamado agronegócio. Esse princípio compromete a agricultura de subsistência, responsável pela produção de alimentos, e é responsável pelo êxodo rural, pelo aprofundamento da pobreza e pela utilização dos transgênicos, atentando contra a economia popular e contra a soberania nacional.
No caso dos transgênicos, este atentado acontece porque acabamos por pagar "royalties" por algo em que, até então, éramos soberanos (há ainda que se considerar que os transgênicos transformam seres humanos em cobaias e submetem o meio ambiente a impacto não prognosticável). Já no caso do agronegócio, somos atingidos ao vendermos os grãos e depois os readquirimos após beneficiamento realizado pelos nossos antigos clientes, agora credores.
Lamentavelmente, o governo popular, eleito para dar cabo a essa série de injustiças e de encabrestamento da economia nacional, tem capitulado e sido cooptado por interesses que só fazem perpetuar esse estado de abuso. Esse governo, além de não cumprir as metas que estabelece em relação à reforma agrária, não consegue sequer fazer votar uma lei que coloque à disposição dessa reforma as terras onde for encontrada a prática de trabalho escravo – e estima-se que, em números absolutos, há, hoje, no País, mais escravos do que no tempo da escravatura. A Igreja tem de ser agente dessa mudança pelo ensino, pela oração, pelo protesto, pela denúncia. Quem sabe não conseguiríamos levantar um milhão de assinaturas e provocar a votação de uma lei que puna severamente os que praticam trabalho escravo, além de colocar as suas terras, imediatamente, à disposição do programa de reforma agrária.
Ouvi de um especialista em direito que no Brasil se dá mais valor ao direito à propriedade do que ao direito à vida. Enquanto isso não mudar, não haverá um País novo. Precisamos levar o Brasil à submissão ao padrão bíblico também na questão fundiária. A teologia pode ser posta em prática.
Ariovaldo Ramos é filósofo e teólogo, além de diretor acadêmico da Faculdade Latino-americana de Teologia Integral, missionário da Sepal e presidente da Visão Mundial. É membro da equipe editorial da Edições Vida Nova.

Moralidade Social

Numa das reuniões da equipe de Justiça dos Jovens, debatemos em torno de dois textos. Um deles é um capítulo do livro Cristianismo Puro e Simples de C.S. Lewis. O outro texto é do pastor Ariovaldo Ramos, publicarei na postagem seguinte.

MORALIDADE SOCIAL

A primeira coisa que devemos esclarecer a respeito da moralidade cristã, na relação de um homem com o outro, é que nesse departamento Cristo não veio pre­gar nenhuma nova moral. A Regra Áurea do Novo Tes­tamento (faça aos outros o que gostaria que fizessem para você) é o resumo do que todos, no íntimo, sempre re­conheceram como correto. Os grandes mestres da mo­ral nunca criam morais novas; são os charlatões que fa­zem isso. Como dizia o dr. Johnson[1], "deve-se antes refres­car a memória das pessoas a respeito do que já sabem do que instruí-las com novidades". A verdadeira função do mestre moral é a de sempre nos trazer de volta, dia após dia, aos velhos e simples princípios que tanto nos esforçamos para não ver. E a mesma coisa que levar um cavalo repetidamente para junto da cerca que ele se recusa a saltar, ou de insistir todo o dia com a criança so­bre os pontos da matéria que ela se esquiva de estudar.
A segunda coisa que devemos esclarecer é que o cristianismo nunca possuiu, nem professou possuir, um programa detalhado para aplicar o "faça aos outros o que gostaria que fizessem para você" a uma determina­da sociedade ou a um momento particular. Nem poderia ser diferente. Ele se dirige a todos os homens de todos os tempos; e um programa específico que fosse cabível para um lugar ou uma época não o seria para outros. E, de qualquer modo, é assim que o cristianismo fun­ciona. Quando nos manda alimentar os famintos, não nos dá aulas de culinária. Quando nos exorta a ler as Es­crituras, não ministra aulas de hebraico ou de grego, nem mesmo de gramática inglesa. Nunca teve a intenção de substituir ou destituir as artes e ciências profanas: tem, antes, a função de um diretor que as destina às suas fun­ções corretas e lhes infunde a energia de uma vida nova na medida em que elas se colocam à sua disposição.
As pessoas pedem: "A Igreja deve tomar a dianteira." Isso é verdade se for entendido da maneira correta, mas, caso contrário, não. Por "Igreja" deve-se entender todo o corpo de cristãos praticantes. E, quando dizem que a Igreja deve tomar a dianteira, devem querer dizer com isso que alguns cristãos - os que possuem o talento apro­priado - devem se tornar economistas ou estadistas, e que todos os estadistas e economistas devem ser cristãos e esforçar-se na política ou na economia para pôr em prática o "faça aos outros o que gostaria que fizessem para você". Se isso se tornasse realidade, e se nós, tercei­ros, estivéssemos dispostos a aceitar o fato, encontraría­mos soluções cristãs para nossos problemas sociais com bastante rapidez. E claro, porém, que, quando certas pessoas pedem que a Igreja tome a dianteira, querem mesmo é que a liderança estabeleça um programa po­lítico, o que é tolice. A liderança, dentro da Igreja, é composta pelas pessoas que foram especialmente trei­nadas e destacadas para cuidar dos nossos assuntos en­quanto criaturas que viverão para sempre; e estamos pe­dindo que cumpram uma função diferente, para a qual não foram treinadas. Essa função cabe a nós, leigos. A aplicação de princípios cristãos aos sindicatos ou às es­colas, por exemplo, deve vir de nós, sindicalistas e educa­dores cristãos, do mesmo modo que a literatura cristã deve ser feita por romancistas e dramaturgos cristãos, e não por um concilio de bispos, reunidos para escrever peças e romances no seu tempo livre.
Do mesmo modo, o Novo Testamento, sem entrar em detalhes, nos pinta um quadro bastante claro do que seria uma sociedade plenamente cristã. Talvez exija de nós mais do que estamos dispostos a dar. Informa-nos que, nessa sociedade, não há lugar para parasitas ou pas­sageiros clandestinos: aquele que não trabalhar não deve comer. Cada qual deve trabalhar com suas próprias mãos e, mais ainda, o trabalho de cada qual deve dar frutos bons: não se devem produzir artigos tolos e supérfluos, nem, muito menos, uma publicidade ainda mais tola para nos persuadir a adquiri-los. Não há lugar para a ostentação, pata a fanfarronice nem para quem queira empinar o nariz. Nesse sentido, uma sociedade crista seria o que se chama hoje em dia "de esquerda". Por ou­tro lado, ela insiste na obediência — na obediência (acom­panhada de sinais exteriores de reverência) de todos nós para com os magistrados legitimamente constituídos, dos filhos para com os pais e (acho que esta parte não será muito popular) das esposas para com os maridos. Em terceiro lugar, essa é uma sociedade alegre: uma so­ciedade repleta de canto e de regozijo, que não dá valor nem à preocupação nem à ansiedade. A cortesia é uma das virtudes cristãs, e o Novo Testamento abomina as pes­soas abelhudas, que vivem fiscalizando os outros.
Se existisse uma sociedade assim e nós a visitássemos, creio que sairíamos de lá com uma impressão curiosa. Teríamos a sensação de que sua vida econômica seria bastante socialista e, nesse sentido, "avançada", mas sua vida familiar e seu código de boas maneiras seriam, ao contrário, bastante antiquados — talvez até cerimoniosos e aristocráticos. Cada um de nós apreciaria um aspec­to dela, mas poucos a apreciariam por inteiro. Isso é o que se deve esperar de um cristianismo como projeto integral para o mecanismo da sociedade humana. Cada um de nós se desviou desse projeto integral de forma diferente, e pretende que as modificações nele inseridas substituam o próprio projeto. Você vai sempre encon­trar a mesma situação em tudo o que é verdadeiramente cristão: todos se sentem atraídos por um aspecto disso e querem pegar só esse aspecto, deixando de lado o resto. Esse é o motivo pelo qual não conseguimos avançar, e também explica por que pessoas que lutam por coisas opostas dizem estar lutando pelo cristianismo.
Passo para outra questão. Há um conselho, dado pe­los gregos pagãos da Antigüidade, pelos judeus do An­tigo Testamento e pelos grandes mestres cristãos da Ida­de Média, que foi completamente desobedecido pelo sistema econômico moderno. Todos eles disseram que não se deve emprestar dinheiro a juros; e o empréstimo a juros — o que chamamos de investimentos — é a base de todo o nosso sistema. Não se pode, no entanto, con­cluir com absoluta certeza que estejamos errados. Alguns dizem que, quando Moisés, Aristóteles e os cristãos con­cordaram em proibir o juro (ou a "usura", como diriam), eles não podiam prever as sociedades acionárias e pen­savam apenas no agiota particular, e que, portanto, não devemos nos preocupar com o que disseram. Essa é uma questão sobre a qual não cabe a mim opinar. Não sou economista e simplesmente não sei se foi o sistema de investimentos o responsável pelo estado de coisas em que nos encontramos. Por isso é que precisamos de eco­nomistas cristãos. Entretanto, eu não estaria sendo ho­nesto se não dissesse que três grandes civilizações con­cordaram (pelo menos é o que parece à primeira vista) em condenar o próprio fundamento em que se baseia toda a nossa vida.
Mais uma coisa a dizer e termino. No trecho do Novo Testamento que diz que todos devem trabalhar, ele dá uma razão para isso — "a fim de ter algo a dar para os necessitados". A caridade - dar para os pobres - é um elemento essencial da moralidade cristã: na assustadora parábola das ovelhas e dos cabritos, ela parece ser a ques­tão da qual depende tudo o mais. Hoje em dia, certas pessoas dizem que a caridade não é mais necessária e que, em vez de darmos para os pobres, deveríamos criar uma sociedade em que não existissem pobres. Elas não deixam de ter certa razão no que se refere à construção de uma sociedade assim, mas quem tira disso a conclusão de que, nesse meio tempo, pode parar de doar, se afas­tou de toda a moralidade cristã. Não acredito que alguém possa estabelecer o quanto cada um deve dar. Creio que a única regra segura é dar mais do que nos sobra. Em outras palavras, se nossos gastos com conforto, bens su­pérfluos, diversão etc. se igualam ao do padrão dos que ganham o mesmo que nós, provavelmente não estamos dando o suficiente. Se a caridade que fazemos não pesa pelo menos um pouco em nosso bolso, ela está pequena demais. E preciso que haja coisas que gostaríamos de fazer e não podemos por causa de nossos gastos com caridade. Estou falando de "caridade" no sentido comum da palavra. Os casos particulares que afetam parentes, amigos, vizinhos ou empregados, de que Deus, por as­sim dizer, nos força a tomar conhecimento, exigem mui­to mais que isso: podem inclusive nos obrigar a pôr em risco nossa própria situação. Para muitos de nós, o gran­de obstáculo à caridade não está num estilo de vida luxuo­so ou no desejo de mais prosperidade, mas no medo — na insegurança quanto ao futuro. Temos de saber que esse medo é uma tentação. As vezes, também o orgulho atra­palha a caridade; somos tentados a gastar mais do que devíamos em formas vistosas de generosidade (gorjetas, hospitalidade) e menos com aqueles que realmente ne­cessitam do nosso auxílio.Antes de terminar, farei uma conjectura sobre como este capítulo pode ter afetado o leitor. Meu palpite é que deixei alguns esquerdistas furiosos por não ter ido mais longe na direção em que gostariam que eu fosse, e que também deixei com raiva as pessoas de orienta­ção política oposta por ter ido longe demais. Se isso é ver­dade, fica posto em evidência o verdadeiro empecilho para a concepção de um projeto de sociedade cristã. Muitos não examinam o cristianismo para descobrir como ele realmente é: sondam-no na esperança de en­contrar nele apoio para os pontos de vista de seu par­tido político. Buscamos um aliado quando nos é ofere­cido um Mestre - ou um Juiz. Não sou exceção a essa regra. Há trechos deste capítulo que eu gostaria de ter omitido, o que não deixa de ser uma demonstração de que nada de bom pode nascer destes colóquios se não nos decidirmos a trilhar o caminho mais comprido. A so­ciedade cristã só virá quando a maioria das pessoas a qui­ser, e ninguém pode querê-la se não for plenamente cristão, Posso repetir "faça aos outros o que gostaria que fizessem para você" até cansar, mas não conseguirei vi­ver assim se não amar ao próximo como a mim mes­mo; só poderei aprender esse amor quando aprender a amar a Deus; e só aprenderei a amá-lo quando apren­der a obedecê-lo. E assim, como eu já tinha dito, somos conduzidos a um aspecto mais interior da questão — saímos da problemática social e entramos na problemá­tica religiosa. O caminho mais longo é o mais curto para chegar em casa.
Nota:
[1] Samuel Johnson (1709-1784), crítico literário, ensaísta e poeta inglês. Sua verve e sua personalidade viva foram retratadas na biografia Life of Johnson, escrita pelo amigo e pupilo James Boswell, um clássico da literatura inglesa. (N. do T.)

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Debate sobre Responsabilidade Social da Igreja

Estava pensando o quanto que ainda se confunde ou se limita o que é ou o que deve ser a Responsabilidade Social da Igreja. Vamos aproveitar o trecho abaixo de um texto* de Carlos Queiroz para debater sobre isto. Pensemos em torno das palavras: responsabilidade social, missão da igreja e política.
"Quais os códigos na cabeça de um evangélico quando lê ou escuta a expressão “responsabilidade social”? Usaremos um episódio que nos ocorreu, para ilustrar como imaginamos que a maioria das pessoas pensa. Fomos convidados para falar num encontro, em Belém-PA, sobre a missão social da igreja. Alguns dias depois de confirmada a nossa presença, o pastor responsável pelo evento, nos fez um contato lamentando que não seria possível a nossa participação, porque havia tomado conhecimento, que além de falarmos da missão social, incentivávamos outras atividades como a organização popular, o engajamento de crentes em sindicatos, associações de bairro e ainda falávamos contra o governo e as autoridades. Como gostaríamos que tais elogios fossem mais reais em nossa prática ministerial. O episódio despertou a curiosidade de percebermos o que se estava querendo repassar para os membros das igrejas sobre a questão social. Observamos que em geral, há uma preocupação de como se começar um projeto social de assistência. Isto é nobre e um passo louvável, mas não é isso apenas que deve ser chamado de responsabilidade social da igreja."
O que podemos chamar então de responsabilidade social da igreja?
*O texto integral chama-se Evangelização e Responsabilidade Social, é da autoria de Carlos Queiroz.

Rio Body Count

"O Rio Body Count é um grupo voluntário, apartidário e sem vínculo com qualquer instituição pública ou privada. Ele foi inspirado no site http://www.iraqbodycount.org, uma organização civil que se destina a contar o número de vítimas de violência da guerra no Iraque.

O que quer o Rio Body Count ao reportar on-line o número de mortos e feridos no Rio de Janeiro?

Queremos abrir discussão sobre os altos índices de violência no Rio de Janeiro. Não acreditamos em saídas simplistas e ineficientes de um Estado truculento e assassino. Não acreditamos em paz vigiada por câmeras, armas, milícias e carros de guerra. Queremos a paz da inclusão social e pleiteamos amplas reformas sociais e investimentos de grande porte para levar serviço público de qualidade aos bolsões de miséria do Rio de Janeiro. Queremos direito ao trabalho, saúde e estudo, previstos na Constituição Federal."

Informações extraídas do site www.riobodycount.com.br, vale a pena conferir.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Próxima atividade

Nossa próxima atividade é a visita que acontece todo mês à Associação Lar Missionário do Amor (ALMA). É um abrigo com crianças vítimas de violência doméstica ou de neglicência, situado na Ilha do Governador.
A visita acontecerá na tarde de sábado dia 25 de Agosto.
Se você deseja ir, entre em contato com a gente; através deste blog ou através do e-mail dblackrj@yahoo.com.br e fale com Diego Cândido.
Para conhecer mais do abrigo ALMA acesse www.alma.org.br.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

REDE FALE!

“Viva de uma forma que denuncie a injustiça e promova a igualdade. Sinta a densidade dos problemas do país no presente, perceba que chegou o tempo desta idéia e... Fale. Porque juntos podemos fazer um barulho construtivo"
Acesse o link agora mesmo e conheça uma rede de pessoas que tem levantado sua voz contra a injustiça!

Reino de Justiça

Extraí este texto do blog do meu amigo Marcos Vichi* (confiram no seu site particular http://compartilhandopalavras.blogspot.com/).

UM REINO DE JUSTIÇA

“Portanto, não fiquem preocupados dizendo: O que vamos comer? O que vamos beber? O que vamos vestir? Os pagãos é que ficam procurando essas coisas. O Pai de vocês, que está no céu, sabe que vocês precisam de tudo isso. Pelo contrário, em primeiro lugar busquem o reino de Deus e a sua justiça, e Deus dará a vocês, em acréscimo, todas essas coisas." Mateus 6.31-33.

Introdução

Viver custa caro. As despesas com aluguel, água, energia elétrica e tantas outras, precisam ser cobertas, pois são indispensáveis para uma vida digna. Jesus inovou a abordagem deste tema ao declarar que não devemos nos preocupara com o que iremos comer ou beber, pois disto Deus pode cuidar. A prioridade do cidadão do Reino deve ser a busca pela justiça. Mas o que é a justiça? Porque precisamos lutar por ela? A quem devemos demonstra-la? Responder adequadamente a estes questionamentos ajudará a igreja a ser bem sucedida no cumprimento de sua missão.

1 – O Que é justiça?

A justiça não é apenas um conceito bonito para ser lido nos livros, ela precisa tornar-se prática no cotidiano. Isto acontece pela garantia da igualdade, onde o mais forte não se vale do seu poder para oprimir o fraco; pela preservação do direito que força o indivíduo a cumprir os seus deveres em relação ao outro. “A justiça é aquele mínimo de amor sem o qual a relação entre as pessoas deixa de ser humana e se transforma em violência”.1 Isto nos remete ao cuidado com a vida do necessitado que lhe garante a provisão necessária para o sustento com dignidade.
Para ser real a justiça depende do amor, que permite-nos olhar para o próximo como um ser humano e não como uma coisa. O amor torna nossa, a necessidade do outro e atiça no coração o clamor por justiça quando vemos seus direitos ignorados pelo poder público e pela sociedade.

2 – Porquê é necessário lutar pela justiça?

Porque esta é a vontade de Deus. Ela exige um culto com fé, mas abomina a solenidade hipócrita. A grande crítica dos profetas às autoridades religiosas de seu tempo era que havia um grande zelo em cumprir os rituais, mas nada se fazia para conter a escalada da injustiça que privilegiava os poderosos e deixava de lado aqueles que verdadeiramente precisavam de auxílio. “Lavem-se, purifiquem-se, tirem da minha vista o mal, aprendam a fazer o bem: busquem o direito, socorram o oprimido, façam justiça ao órfão, defendam a causa da viúva. Então venham e discutiremos – diz Javé. (...). Isaías 1.16-18.
A justiça é fundamental para o estabelecimento do Reino de Deus. Como pregar o evangelho sem importar-se com a miséria do faminto, do sem teto, ou sem confrontar-se com as estruturas corrompidas da sociedade? À igreja cabe assumir a sua voz profética, denunciar o pecado e utilizar todos os meios legais disponíveis para forçar os governantes e os legisladores a cumprir as suas obrigações. Agindo assim, ela exercerá a sua função de sal da terra, plantará a semente do evangelho no coração das pessoas e glorificará o nome de Deus.

3 – Onde está a injustiça?

Para qualquer lado que se olhe é possível contemplar injustiças: A violência policial que invade as comunidades e agride indiscriminadamente os seus moradores. A violência dos criminosos que matam à luz do dia com a certeza da impunidade. A exploração do trabalho que enriquece poucos à custa do desgaste de muitos, que adoecem porque no fim do mês, não têm condições de comprar o alimento para si e para suas famílias.
O panorama da educação brasileira agrava esta situação ao não oferecer oportunidades iguais para todos os segmentos da população. O resultado é a desqualificação da mão de obra, a redução dos salários e a exclusão daqueles que não conseguem adaptar-se às tecnologias atuais.

4 – Quem precisa de justiça?

O ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus. Esta essência o torna sagrado e qualquer injustiça cometida conta ele desrespeita a santidade divina. Jesus condenou veementemente a atitude dos fariseus que agiam com muito rigor na aplicação da lei de Moisés, mas deixavam até mesmo suas famílias desamparadas. As longas e belas orações proferidas em público não tinham valor, pois não eram acompanhadas de misericórdia.
A compaixão é um tema tão importante, que Jesus vinculou o cuidado com os necessitados à demonstração de amor a Deus. “(...) Eu garanto a vocês: todas as vezes que vocês fizerem isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizeram.”

5 – Buscar o Reino de Deus e a sua justiça: o caminho para as demais bênçãos.

Deus supre as nossas necessidades generosamente e nos convida a anunciar aos oprimidos que em Cristo há esperança de salvação para a alma e de uma sociedade mais justa. Para atender ao chamado divino devemos abandonar as preocupações egoístas e compreender que o mundo é maior que o nosso universo particular. O mal feito ao semelhante tem a ver conosco também, pois foi cometido contra uma criatura amada por Deus e que precisa ter a sua dignidade restaurada.
Justiça e Reino de deus São dois conceitos inseparáveis: “sem a pregação da justiça não há evangelho que seja de Jesus Cristo. Isso não é politizar a igreja: é ser fiel”.2 Se queremos paz, alegria descanso e prosperidade, precisamos lutar pala justiça tanto individualmente, na condição de cidadãos do Reino, quanto institucionalmente, via Igreja de Cristo. As demais coisas serão o resultado desta fidelidade básica ao desejo divino expresso na palavra

Conclusão

A igreja precisa cuidar-se, no exercício de seu ministério, para evitar as armadilhas no meio de caminho. A primeira é fechar-se em si mesma crendo que somente a sua declaração doutrinária tem a verdade absoluta e que aquele que pensa diferente deve ser eliminado de seu meio. A segunda é reduzir a sua missão apenas a um projeto político e perder de vista o mistério da fé, que é a base para o relacionamento com Deus.
Ao buscar um mundo mais justo, a igreja luta pelo estabelecimento do Reino de Deus em nosso tempo e reforça a esperança da redenção, que será o momento em que a Justiça se manifestará naturalmente como conseqüência de um mundo transformado pelo amor divino.

Notas

1. BOFF, Leonardo. Igreja Carisma e Poder – p. 66
2. BOFF, Leonardo. Igreja Carisma e Poder – p. 65

Referências Bibliográficas

BÍBLIA SAGRADA – Edição Pastoral – Tradução Ivo Storniolo, Euclides Martins Balancin – Paulus – SP – 1991.
BOFF, Leonardo, Igreja: carisma e poder, Ed. Record – Rio de Janeiro – RJ – 2005

*José Marcos Romão Vichi é Teólogo, Pastor e Guia de Turismo.

Inaugurando

Este blog pretende servir de ajuda ao trabalho do ministério de Justiça dos Jovens da Igreja Batista Itacuruçá.
No blog serão postados textos para nossa reflexão e divulgações de datas importantes de eventos do ministério.