quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Contribuições para uma Extensão Agroecológica

O Mutirão de Agricultura Ecológica (M.A.E.) da UFF apresenta o mini-curso "Contribuições para uma Extensão Agroecológica".
Data e Hora: de 10 a 15/09/2007 das 14h às 18h.
Local: Universidade Federal Fluminense, Campus das Geociências, Auditório Milton Santos (Av. Gal. Milton Tavares de Souza, s/n - Boa Viagem - Niterói - RJ).
Inscrições: Nos dois primeiros dias, uma hora antes das palestras na entrada do Auditório (Gratuitas) - Haverá Certificado.
Palestras
Dia 10 de Setembro - 2ª feira 14h
-Introdução a Agroecologia; concepções filosóficas - Mônica Cox - UFF
-A Questão fundiária e os cercos do desmatamento no Brasil - Paulo Alentejano, Geografia - UERJ/FFP
-O Agroextrativismo - Carlos Walter, Geografia - UFF
Dia 11 de Setembro - 3ª feira 14h
-Agricultura Urbana - Denis, ASPTA
-Assistência técnica em bases Agroecológicas - Alexandre da Cedro
Dia 12 de Setembro - 4ª feira 14h
-Regeneração de áreas degradadas - Antônio Castor, Viveirista de Miguel Pereira
-Diversificação e beneficiamento da produção agrícola - José Ferreira, Produtor Agroflorestal de Parati
-Princípios Agroflorestais - Claudemar - Secretaria de Agricultura e Pesca de Casimirio de Abreu
Oficinas
Dia 13 de Setembro - 5ª feira 14h
-Agrofloresta para regeneração de áreas degradadas - José Ferreira, Produtor Agroflorestal de Parati
-Criação de viveiros - Antônio Castor, Viveirista de Miguel Pereira
Dia 14 de Setembro - 6ª feira 14h
-Construção com Bambu - Sergio (ambientalista) e Marcelo (designer)
-Compostagem - GAE, Grupo de Agroecologia UFRRJ
Dia 15 de Setembro - Sábado 9h
-Ida a Feira Ecológica na Glória, Praça do Russel.
Bate-papo com os organizadores da feira- Renato

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Ilha das Flores

Esse curta-metragem é de Jorge Furtado. Contém uma crítica social bastante interessante e tem uma narrativa que acaba soando bem sarcástica e irônica. Lembro que foi exibida há uns dois anos, eu acho, numa vígilia de adolescentes lá na ITA. Eu conheci o filme lá e fiquei bastante impressionado com ele na época. Tivemos um debate bem interessante e produtivo e olha que era quase 1h da manhã!
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Se você ainda não viu, vale a pena acessá-lo no youtube, está dividido em duas partes.
Assista "Ilha das Flores" clicando aqui.
Não deixem de ver o filme!
Abraços,
Pedro Grabois.

Classe Média

Essa música já está bastante famosa, foi acessada umas 200 mil vezes no youtube. Vale a pena ouvir e prestar atenção na letra. A música é do Max Gonzaga e contém uma crítica social bem interessante.

Veja e ouça Classe Média clicando aqui.

Assistam! Vale a pena!

Pedro Grabois.

sábado, 25 de agosto de 2007

Caravana Comunidade Segura 2007

Chegou-me um e-mail falando sobre a Caravana Comunidade Segura, até então eu nunca tinha ouvido falar. Vou transcrever aqui parte das informações que recebi.
"Neste ano, o tema principal é O Impacto da Violência Sobre Crianças e Jovens. A Caravana irá percorrer 11 capitais brasileiras entre setembro e novembro reunindo instituições, lideranças sociais, autoridades e jovens dedicados a esta agenda para uma capacitação mútua, visitas a boas práticas e audiências com autoridades. O objetivo principal é potencializar a articulação das redes e sua atuação local e nacional."
"As oficinas acontecerão nas Assembléias Legislativas sempre no primeiro dia da passagem da Caravana entre 9H00 e 16H30 e as visitas a projetos e audiências com autoridades no segundo dia."
A Caravana vai começar pelo Rio de Janeiro (dias 4 e 5 de Setembro) e depois passa por Salvador - 10 e 11 set; Recife - 12 e 13 set; Belém - 14 e 15 set; São Paulo - 20 e 21 set; Belo Horizonte - 24 e 25 set; Porto Alegre - 15 e 16 out; Curitiba - 17 e 18 out; Vitória - 22 e 23 out; Brasília - 30 e 31 out; Natal - 7 e 8 nov.
Tá aí, mais uma oportunidade de nos envolvermos e lutarmos contra a violência!

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Reforma Agrária

Segue o texto do pastor Ariovaldo Ramos.

Para quem quer mudar o Brasil

"Ai dos que ajuntam casa a casa, reúnem campo a campo, até que não haja mais lugar, e ficam como únicos moradores no meio da terra!" (Isaías 5.8)
"E, sobre ela, choram e pranteiam os mercadores da terra, porque já ninguém compra a sua mercadoria... e até almas humanas." (Apocalipse 18.11, 13b)

Na estrada da transformação do Brasil, uma medida se impõe – a reforma agrária. O País tem sofrido de aguda injustiça fundiária desde o seu nascedouro: as chamadas capitanias hereditárias, onde nobres portugueses recebiam incomensuráveis glebas de terra no Brasil, foram os meios escolhidos pela coroa portuguesa para incentivar a colonização do novo território. Desde então, a nação brasileira sofre a desdita de ver grande parte de seu ativo fundiário nas mãos de poucos proprietários, isso sem contar que muitos destes proprietários galgaram essa posição por meios violentos e ilegais. Nada é tão confuso e tão eivado de corrupção no País quanto a questão da posse da terra.
Uma das questões que subjazem nesse desafio nacional é o princípio de que, uma vez que você tenha poder aquisitivo, você pode ter o quanto de terra e casa você quiser. Como se pode perceber, o princípio que norteia os textos bíblicos acima é contrário a esse paradigma; isto é, o texto impõe limites, ninguém pode ter tudo o que quer só porque pode. O princípio das Escrituras impõe limites ao poder aquisitivo. E esse é o primeiro padrão que precisa ser atacado no País – é preciso impor um limite à posse, tanto ao número de propriedades, quanto ao tamanho das mesmas. Segundo as Escrituras, ninguém pode concentrar propriedades a ponto de ameaçar a moradia ou direito à terra de todos, que é justamente o que acontece no Brasil.
Concentrando-nos na questão agrária nos damos conta de que o País sofre, ainda, o agravante de que o latifúndio pratica a monocultura, movido por aquilo que o mercado internacional paga melhor – que é o princípio do chamado agronegócio. Esse princípio compromete a agricultura de subsistência, responsável pela produção de alimentos, e é responsável pelo êxodo rural, pelo aprofundamento da pobreza e pela utilização dos transgênicos, atentando contra a economia popular e contra a soberania nacional.
No caso dos transgênicos, este atentado acontece porque acabamos por pagar "royalties" por algo em que, até então, éramos soberanos (há ainda que se considerar que os transgênicos transformam seres humanos em cobaias e submetem o meio ambiente a impacto não prognosticável). Já no caso do agronegócio, somos atingidos ao vendermos os grãos e depois os readquirimos após beneficiamento realizado pelos nossos antigos clientes, agora credores.
Lamentavelmente, o governo popular, eleito para dar cabo a essa série de injustiças e de encabrestamento da economia nacional, tem capitulado e sido cooptado por interesses que só fazem perpetuar esse estado de abuso. Esse governo, além de não cumprir as metas que estabelece em relação à reforma agrária, não consegue sequer fazer votar uma lei que coloque à disposição dessa reforma as terras onde for encontrada a prática de trabalho escravo – e estima-se que, em números absolutos, há, hoje, no País, mais escravos do que no tempo da escravatura. A Igreja tem de ser agente dessa mudança pelo ensino, pela oração, pelo protesto, pela denúncia. Quem sabe não conseguiríamos levantar um milhão de assinaturas e provocar a votação de uma lei que puna severamente os que praticam trabalho escravo, além de colocar as suas terras, imediatamente, à disposição do programa de reforma agrária.
Ouvi de um especialista em direito que no Brasil se dá mais valor ao direito à propriedade do que ao direito à vida. Enquanto isso não mudar, não haverá um País novo. Precisamos levar o Brasil à submissão ao padrão bíblico também na questão fundiária. A teologia pode ser posta em prática.
Ariovaldo Ramos é filósofo e teólogo, além de diretor acadêmico da Faculdade Latino-americana de Teologia Integral, missionário da Sepal e presidente da Visão Mundial. É membro da equipe editorial da Edições Vida Nova.

Moralidade Social

Numa das reuniões da equipe de Justiça dos Jovens, debatemos em torno de dois textos. Um deles é um capítulo do livro Cristianismo Puro e Simples de C.S. Lewis. O outro texto é do pastor Ariovaldo Ramos, publicarei na postagem seguinte.

MORALIDADE SOCIAL

A primeira coisa que devemos esclarecer a respeito da moralidade cristã, na relação de um homem com o outro, é que nesse departamento Cristo não veio pre­gar nenhuma nova moral. A Regra Áurea do Novo Tes­tamento (faça aos outros o que gostaria que fizessem para você) é o resumo do que todos, no íntimo, sempre re­conheceram como correto. Os grandes mestres da mo­ral nunca criam morais novas; são os charlatões que fa­zem isso. Como dizia o dr. Johnson[1], "deve-se antes refres­car a memória das pessoas a respeito do que já sabem do que instruí-las com novidades". A verdadeira função do mestre moral é a de sempre nos trazer de volta, dia após dia, aos velhos e simples princípios que tanto nos esforçamos para não ver. E a mesma coisa que levar um cavalo repetidamente para junto da cerca que ele se recusa a saltar, ou de insistir todo o dia com a criança so­bre os pontos da matéria que ela se esquiva de estudar.
A segunda coisa que devemos esclarecer é que o cristianismo nunca possuiu, nem professou possuir, um programa detalhado para aplicar o "faça aos outros o que gostaria que fizessem para você" a uma determina­da sociedade ou a um momento particular. Nem poderia ser diferente. Ele se dirige a todos os homens de todos os tempos; e um programa específico que fosse cabível para um lugar ou uma época não o seria para outros. E, de qualquer modo, é assim que o cristianismo fun­ciona. Quando nos manda alimentar os famintos, não nos dá aulas de culinária. Quando nos exorta a ler as Es­crituras, não ministra aulas de hebraico ou de grego, nem mesmo de gramática inglesa. Nunca teve a intenção de substituir ou destituir as artes e ciências profanas: tem, antes, a função de um diretor que as destina às suas fun­ções corretas e lhes infunde a energia de uma vida nova na medida em que elas se colocam à sua disposição.
As pessoas pedem: "A Igreja deve tomar a dianteira." Isso é verdade se for entendido da maneira correta, mas, caso contrário, não. Por "Igreja" deve-se entender todo o corpo de cristãos praticantes. E, quando dizem que a Igreja deve tomar a dianteira, devem querer dizer com isso que alguns cristãos - os que possuem o talento apro­priado - devem se tornar economistas ou estadistas, e que todos os estadistas e economistas devem ser cristãos e esforçar-se na política ou na economia para pôr em prática o "faça aos outros o que gostaria que fizessem para você". Se isso se tornasse realidade, e se nós, tercei­ros, estivéssemos dispostos a aceitar o fato, encontraría­mos soluções cristãs para nossos problemas sociais com bastante rapidez. E claro, porém, que, quando certas pessoas pedem que a Igreja tome a dianteira, querem mesmo é que a liderança estabeleça um programa po­lítico, o que é tolice. A liderança, dentro da Igreja, é composta pelas pessoas que foram especialmente trei­nadas e destacadas para cuidar dos nossos assuntos en­quanto criaturas que viverão para sempre; e estamos pe­dindo que cumpram uma função diferente, para a qual não foram treinadas. Essa função cabe a nós, leigos. A aplicação de princípios cristãos aos sindicatos ou às es­colas, por exemplo, deve vir de nós, sindicalistas e educa­dores cristãos, do mesmo modo que a literatura cristã deve ser feita por romancistas e dramaturgos cristãos, e não por um concilio de bispos, reunidos para escrever peças e romances no seu tempo livre.
Do mesmo modo, o Novo Testamento, sem entrar em detalhes, nos pinta um quadro bastante claro do que seria uma sociedade plenamente cristã. Talvez exija de nós mais do que estamos dispostos a dar. Informa-nos que, nessa sociedade, não há lugar para parasitas ou pas­sageiros clandestinos: aquele que não trabalhar não deve comer. Cada qual deve trabalhar com suas próprias mãos e, mais ainda, o trabalho de cada qual deve dar frutos bons: não se devem produzir artigos tolos e supérfluos, nem, muito menos, uma publicidade ainda mais tola para nos persuadir a adquiri-los. Não há lugar para a ostentação, pata a fanfarronice nem para quem queira empinar o nariz. Nesse sentido, uma sociedade crista seria o que se chama hoje em dia "de esquerda". Por ou­tro lado, ela insiste na obediência — na obediência (acom­panhada de sinais exteriores de reverência) de todos nós para com os magistrados legitimamente constituídos, dos filhos para com os pais e (acho que esta parte não será muito popular) das esposas para com os maridos. Em terceiro lugar, essa é uma sociedade alegre: uma so­ciedade repleta de canto e de regozijo, que não dá valor nem à preocupação nem à ansiedade. A cortesia é uma das virtudes cristãs, e o Novo Testamento abomina as pes­soas abelhudas, que vivem fiscalizando os outros.
Se existisse uma sociedade assim e nós a visitássemos, creio que sairíamos de lá com uma impressão curiosa. Teríamos a sensação de que sua vida econômica seria bastante socialista e, nesse sentido, "avançada", mas sua vida familiar e seu código de boas maneiras seriam, ao contrário, bastante antiquados — talvez até cerimoniosos e aristocráticos. Cada um de nós apreciaria um aspec­to dela, mas poucos a apreciariam por inteiro. Isso é o que se deve esperar de um cristianismo como projeto integral para o mecanismo da sociedade humana. Cada um de nós se desviou desse projeto integral de forma diferente, e pretende que as modificações nele inseridas substituam o próprio projeto. Você vai sempre encon­trar a mesma situação em tudo o que é verdadeiramente cristão: todos se sentem atraídos por um aspecto disso e querem pegar só esse aspecto, deixando de lado o resto. Esse é o motivo pelo qual não conseguimos avançar, e também explica por que pessoas que lutam por coisas opostas dizem estar lutando pelo cristianismo.
Passo para outra questão. Há um conselho, dado pe­los gregos pagãos da Antigüidade, pelos judeus do An­tigo Testamento e pelos grandes mestres cristãos da Ida­de Média, que foi completamente desobedecido pelo sistema econômico moderno. Todos eles disseram que não se deve emprestar dinheiro a juros; e o empréstimo a juros — o que chamamos de investimentos — é a base de todo o nosso sistema. Não se pode, no entanto, con­cluir com absoluta certeza que estejamos errados. Alguns dizem que, quando Moisés, Aristóteles e os cristãos con­cordaram em proibir o juro (ou a "usura", como diriam), eles não podiam prever as sociedades acionárias e pen­savam apenas no agiota particular, e que, portanto, não devemos nos preocupar com o que disseram. Essa é uma questão sobre a qual não cabe a mim opinar. Não sou economista e simplesmente não sei se foi o sistema de investimentos o responsável pelo estado de coisas em que nos encontramos. Por isso é que precisamos de eco­nomistas cristãos. Entretanto, eu não estaria sendo ho­nesto se não dissesse que três grandes civilizações con­cordaram (pelo menos é o que parece à primeira vista) em condenar o próprio fundamento em que se baseia toda a nossa vida.
Mais uma coisa a dizer e termino. No trecho do Novo Testamento que diz que todos devem trabalhar, ele dá uma razão para isso — "a fim de ter algo a dar para os necessitados". A caridade - dar para os pobres - é um elemento essencial da moralidade cristã: na assustadora parábola das ovelhas e dos cabritos, ela parece ser a ques­tão da qual depende tudo o mais. Hoje em dia, certas pessoas dizem que a caridade não é mais necessária e que, em vez de darmos para os pobres, deveríamos criar uma sociedade em que não existissem pobres. Elas não deixam de ter certa razão no que se refere à construção de uma sociedade assim, mas quem tira disso a conclusão de que, nesse meio tempo, pode parar de doar, se afas­tou de toda a moralidade cristã. Não acredito que alguém possa estabelecer o quanto cada um deve dar. Creio que a única regra segura é dar mais do que nos sobra. Em outras palavras, se nossos gastos com conforto, bens su­pérfluos, diversão etc. se igualam ao do padrão dos que ganham o mesmo que nós, provavelmente não estamos dando o suficiente. Se a caridade que fazemos não pesa pelo menos um pouco em nosso bolso, ela está pequena demais. E preciso que haja coisas que gostaríamos de fazer e não podemos por causa de nossos gastos com caridade. Estou falando de "caridade" no sentido comum da palavra. Os casos particulares que afetam parentes, amigos, vizinhos ou empregados, de que Deus, por as­sim dizer, nos força a tomar conhecimento, exigem mui­to mais que isso: podem inclusive nos obrigar a pôr em risco nossa própria situação. Para muitos de nós, o gran­de obstáculo à caridade não está num estilo de vida luxuo­so ou no desejo de mais prosperidade, mas no medo — na insegurança quanto ao futuro. Temos de saber que esse medo é uma tentação. As vezes, também o orgulho atra­palha a caridade; somos tentados a gastar mais do que devíamos em formas vistosas de generosidade (gorjetas, hospitalidade) e menos com aqueles que realmente ne­cessitam do nosso auxílio.Antes de terminar, farei uma conjectura sobre como este capítulo pode ter afetado o leitor. Meu palpite é que deixei alguns esquerdistas furiosos por não ter ido mais longe na direção em que gostariam que eu fosse, e que também deixei com raiva as pessoas de orienta­ção política oposta por ter ido longe demais. Se isso é ver­dade, fica posto em evidência o verdadeiro empecilho para a concepção de um projeto de sociedade cristã. Muitos não examinam o cristianismo para descobrir como ele realmente é: sondam-no na esperança de en­contrar nele apoio para os pontos de vista de seu par­tido político. Buscamos um aliado quando nos é ofere­cido um Mestre - ou um Juiz. Não sou exceção a essa regra. Há trechos deste capítulo que eu gostaria de ter omitido, o que não deixa de ser uma demonstração de que nada de bom pode nascer destes colóquios se não nos decidirmos a trilhar o caminho mais comprido. A so­ciedade cristã só virá quando a maioria das pessoas a qui­ser, e ninguém pode querê-la se não for plenamente cristão, Posso repetir "faça aos outros o que gostaria que fizessem para você" até cansar, mas não conseguirei vi­ver assim se não amar ao próximo como a mim mes­mo; só poderei aprender esse amor quando aprender a amar a Deus; e só aprenderei a amá-lo quando apren­der a obedecê-lo. E assim, como eu já tinha dito, somos conduzidos a um aspecto mais interior da questão — saímos da problemática social e entramos na problemá­tica religiosa. O caminho mais longo é o mais curto para chegar em casa.
Nota:
[1] Samuel Johnson (1709-1784), crítico literário, ensaísta e poeta inglês. Sua verve e sua personalidade viva foram retratadas na biografia Life of Johnson, escrita pelo amigo e pupilo James Boswell, um clássico da literatura inglesa. (N. do T.)

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Debate sobre Responsabilidade Social da Igreja

Estava pensando o quanto que ainda se confunde ou se limita o que é ou o que deve ser a Responsabilidade Social da Igreja. Vamos aproveitar o trecho abaixo de um texto* de Carlos Queiroz para debater sobre isto. Pensemos em torno das palavras: responsabilidade social, missão da igreja e política.
"Quais os códigos na cabeça de um evangélico quando lê ou escuta a expressão “responsabilidade social”? Usaremos um episódio que nos ocorreu, para ilustrar como imaginamos que a maioria das pessoas pensa. Fomos convidados para falar num encontro, em Belém-PA, sobre a missão social da igreja. Alguns dias depois de confirmada a nossa presença, o pastor responsável pelo evento, nos fez um contato lamentando que não seria possível a nossa participação, porque havia tomado conhecimento, que além de falarmos da missão social, incentivávamos outras atividades como a organização popular, o engajamento de crentes em sindicatos, associações de bairro e ainda falávamos contra o governo e as autoridades. Como gostaríamos que tais elogios fossem mais reais em nossa prática ministerial. O episódio despertou a curiosidade de percebermos o que se estava querendo repassar para os membros das igrejas sobre a questão social. Observamos que em geral, há uma preocupação de como se começar um projeto social de assistência. Isto é nobre e um passo louvável, mas não é isso apenas que deve ser chamado de responsabilidade social da igreja."
O que podemos chamar então de responsabilidade social da igreja?
*O texto integral chama-se Evangelização e Responsabilidade Social, é da autoria de Carlos Queiroz.

Rio Body Count

"O Rio Body Count é um grupo voluntário, apartidário e sem vínculo com qualquer instituição pública ou privada. Ele foi inspirado no site http://www.iraqbodycount.org, uma organização civil que se destina a contar o número de vítimas de violência da guerra no Iraque.

O que quer o Rio Body Count ao reportar on-line o número de mortos e feridos no Rio de Janeiro?

Queremos abrir discussão sobre os altos índices de violência no Rio de Janeiro. Não acreditamos em saídas simplistas e ineficientes de um Estado truculento e assassino. Não acreditamos em paz vigiada por câmeras, armas, milícias e carros de guerra. Queremos a paz da inclusão social e pleiteamos amplas reformas sociais e investimentos de grande porte para levar serviço público de qualidade aos bolsões de miséria do Rio de Janeiro. Queremos direito ao trabalho, saúde e estudo, previstos na Constituição Federal."

Informações extraídas do site www.riobodycount.com.br, vale a pena conferir.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Próxima atividade

Nossa próxima atividade é a visita que acontece todo mês à Associação Lar Missionário do Amor (ALMA). É um abrigo com crianças vítimas de violência doméstica ou de neglicência, situado na Ilha do Governador.
A visita acontecerá na tarde de sábado dia 25 de Agosto.
Se você deseja ir, entre em contato com a gente; através deste blog ou através do e-mail dblackrj@yahoo.com.br e fale com Diego Cândido.
Para conhecer mais do abrigo ALMA acesse www.alma.org.br.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

REDE FALE!

“Viva de uma forma que denuncie a injustiça e promova a igualdade. Sinta a densidade dos problemas do país no presente, perceba que chegou o tempo desta idéia e... Fale. Porque juntos podemos fazer um barulho construtivo"
Acesse o link agora mesmo e conheça uma rede de pessoas que tem levantado sua voz contra a injustiça!

Reino de Justiça

Extraí este texto do blog do meu amigo Marcos Vichi* (confiram no seu site particular http://compartilhandopalavras.blogspot.com/).

UM REINO DE JUSTIÇA

“Portanto, não fiquem preocupados dizendo: O que vamos comer? O que vamos beber? O que vamos vestir? Os pagãos é que ficam procurando essas coisas. O Pai de vocês, que está no céu, sabe que vocês precisam de tudo isso. Pelo contrário, em primeiro lugar busquem o reino de Deus e a sua justiça, e Deus dará a vocês, em acréscimo, todas essas coisas." Mateus 6.31-33.

Introdução

Viver custa caro. As despesas com aluguel, água, energia elétrica e tantas outras, precisam ser cobertas, pois são indispensáveis para uma vida digna. Jesus inovou a abordagem deste tema ao declarar que não devemos nos preocupara com o que iremos comer ou beber, pois disto Deus pode cuidar. A prioridade do cidadão do Reino deve ser a busca pela justiça. Mas o que é a justiça? Porque precisamos lutar por ela? A quem devemos demonstra-la? Responder adequadamente a estes questionamentos ajudará a igreja a ser bem sucedida no cumprimento de sua missão.

1 – O Que é justiça?

A justiça não é apenas um conceito bonito para ser lido nos livros, ela precisa tornar-se prática no cotidiano. Isto acontece pela garantia da igualdade, onde o mais forte não se vale do seu poder para oprimir o fraco; pela preservação do direito que força o indivíduo a cumprir os seus deveres em relação ao outro. “A justiça é aquele mínimo de amor sem o qual a relação entre as pessoas deixa de ser humana e se transforma em violência”.1 Isto nos remete ao cuidado com a vida do necessitado que lhe garante a provisão necessária para o sustento com dignidade.
Para ser real a justiça depende do amor, que permite-nos olhar para o próximo como um ser humano e não como uma coisa. O amor torna nossa, a necessidade do outro e atiça no coração o clamor por justiça quando vemos seus direitos ignorados pelo poder público e pela sociedade.

2 – Porquê é necessário lutar pela justiça?

Porque esta é a vontade de Deus. Ela exige um culto com fé, mas abomina a solenidade hipócrita. A grande crítica dos profetas às autoridades religiosas de seu tempo era que havia um grande zelo em cumprir os rituais, mas nada se fazia para conter a escalada da injustiça que privilegiava os poderosos e deixava de lado aqueles que verdadeiramente precisavam de auxílio. “Lavem-se, purifiquem-se, tirem da minha vista o mal, aprendam a fazer o bem: busquem o direito, socorram o oprimido, façam justiça ao órfão, defendam a causa da viúva. Então venham e discutiremos – diz Javé. (...). Isaías 1.16-18.
A justiça é fundamental para o estabelecimento do Reino de Deus. Como pregar o evangelho sem importar-se com a miséria do faminto, do sem teto, ou sem confrontar-se com as estruturas corrompidas da sociedade? À igreja cabe assumir a sua voz profética, denunciar o pecado e utilizar todos os meios legais disponíveis para forçar os governantes e os legisladores a cumprir as suas obrigações. Agindo assim, ela exercerá a sua função de sal da terra, plantará a semente do evangelho no coração das pessoas e glorificará o nome de Deus.

3 – Onde está a injustiça?

Para qualquer lado que se olhe é possível contemplar injustiças: A violência policial que invade as comunidades e agride indiscriminadamente os seus moradores. A violência dos criminosos que matam à luz do dia com a certeza da impunidade. A exploração do trabalho que enriquece poucos à custa do desgaste de muitos, que adoecem porque no fim do mês, não têm condições de comprar o alimento para si e para suas famílias.
O panorama da educação brasileira agrava esta situação ao não oferecer oportunidades iguais para todos os segmentos da população. O resultado é a desqualificação da mão de obra, a redução dos salários e a exclusão daqueles que não conseguem adaptar-se às tecnologias atuais.

4 – Quem precisa de justiça?

O ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus. Esta essência o torna sagrado e qualquer injustiça cometida conta ele desrespeita a santidade divina. Jesus condenou veementemente a atitude dos fariseus que agiam com muito rigor na aplicação da lei de Moisés, mas deixavam até mesmo suas famílias desamparadas. As longas e belas orações proferidas em público não tinham valor, pois não eram acompanhadas de misericórdia.
A compaixão é um tema tão importante, que Jesus vinculou o cuidado com os necessitados à demonstração de amor a Deus. “(...) Eu garanto a vocês: todas as vezes que vocês fizerem isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizeram.”

5 – Buscar o Reino de Deus e a sua justiça: o caminho para as demais bênçãos.

Deus supre as nossas necessidades generosamente e nos convida a anunciar aos oprimidos que em Cristo há esperança de salvação para a alma e de uma sociedade mais justa. Para atender ao chamado divino devemos abandonar as preocupações egoístas e compreender que o mundo é maior que o nosso universo particular. O mal feito ao semelhante tem a ver conosco também, pois foi cometido contra uma criatura amada por Deus e que precisa ter a sua dignidade restaurada.
Justiça e Reino de deus São dois conceitos inseparáveis: “sem a pregação da justiça não há evangelho que seja de Jesus Cristo. Isso não é politizar a igreja: é ser fiel”.2 Se queremos paz, alegria descanso e prosperidade, precisamos lutar pala justiça tanto individualmente, na condição de cidadãos do Reino, quanto institucionalmente, via Igreja de Cristo. As demais coisas serão o resultado desta fidelidade básica ao desejo divino expresso na palavra

Conclusão

A igreja precisa cuidar-se, no exercício de seu ministério, para evitar as armadilhas no meio de caminho. A primeira é fechar-se em si mesma crendo que somente a sua declaração doutrinária tem a verdade absoluta e que aquele que pensa diferente deve ser eliminado de seu meio. A segunda é reduzir a sua missão apenas a um projeto político e perder de vista o mistério da fé, que é a base para o relacionamento com Deus.
Ao buscar um mundo mais justo, a igreja luta pelo estabelecimento do Reino de Deus em nosso tempo e reforça a esperança da redenção, que será o momento em que a Justiça se manifestará naturalmente como conseqüência de um mundo transformado pelo amor divino.

Notas

1. BOFF, Leonardo. Igreja Carisma e Poder – p. 66
2. BOFF, Leonardo. Igreja Carisma e Poder – p. 65

Referências Bibliográficas

BÍBLIA SAGRADA – Edição Pastoral – Tradução Ivo Storniolo, Euclides Martins Balancin – Paulus – SP – 1991.
BOFF, Leonardo, Igreja: carisma e poder, Ed. Record – Rio de Janeiro – RJ – 2005

*José Marcos Romão Vichi é Teólogo, Pastor e Guia de Turismo.

Inaugurando

Este blog pretende servir de ajuda ao trabalho do ministério de Justiça dos Jovens da Igreja Batista Itacuruçá.
No blog serão postados textos para nossa reflexão e divulgações de datas importantes de eventos do ministério.