Hoje foi o ato de despedida, o sepultamento do Sr. Raimundo Felipe da
Silva, pai da minha amiga Fátima Silva, no Cemitério do Catumbi (Rio de Janeiro,
RJ).
Fátima, através do amigo Jorge William, fez um agradecimento aos que
estiveram presentes no dia de hoje. Reproduzo aqui um trecho de seu registro
sobre um homem que lutou e dividia tudo com todos, como bem disseram durante o
velório.
“Na ocasião, celebramos e memoramos a
vida e dedicação de um homem marcado por uma trajetória de engajamento político
e de um militante efetivo em
várias frentes, dentre as quais, esteve atuante durante o processo de
reestruturação do Partido Comunista Brasileiro, o que o levou a ser preso e
interrogado no antigo DOPS no ano de 1964, sob acusação de ser comunista. Foi
também participante na organização de sindicatos, e ainda, dedicou-se em
mobilizações para garantir melhorias e desenvolvimento de comunidades e na
fundação de várias associações de moradores na zona oeste carioca.
Foi um homem simples,
de origem nordestina, vindo para o RJ como retirante, tendo como formação
acadêmica apenas o 4º ano primário incompleto. Casou-se e constituiu uma
família de 6 filhos, tendo como fonte de toda renda familiar a profissão de
pedreiro, mas insistente em promover o estudo e formação dos filhos e filhas.
Em meio a tantas limitações e dificuldades, lutou com grande empenho e esforço
por mais dignidade e igualdade de condição de vida para os mais pobres e
oprimidos, acreditando piamente na transformação social e da diminuição das desigualdades,
por meio da justiça e da participação popular e democrática. Foi a partir de
uma dinâmica de leituras e de sua formação politico-ideológica de esquerda, que
tornou-se uma liderança e um referencial para muitos jovens, que vieram a ser
dentre muitos doutores e de carreira política ativa.
Dentre algumas
reminiscências e falas feitas por familiares, amigos e companheiros de lutas,
foi lembrado, com destaque, que uma das poucas instituições que devotava seu
respeito e admiração até o fim de seus dias – foi o MST - cuja bandeira esteve
aberta na capela e durante todo o cortejo funeral. Outro gesto memorável e de
grande emoção, foi quando uma de suas filhas, sugeriu que fosse cantada a
canção “Pra não dizer que não falei de flores” (Geraldo Vandré), considerando
esta, uma mensagem que simboliza a história e trajetória de seu pai, o
“Raimundão”, como era considerado por todas e todos.
Agradecemos grandemente
por nos permitirem partilhar este singelo relato apenas como um ato simbólico
em homenagem a homens e mulheres que trazem consigo um referencial de lutas e
convicções em favor de seus semelhantes.
Fraternalmente,Fátima”
Fraternalmente,Fátima”
Hoje, seu Raimundo estava coberto de flores...
Um comentário:
Preciso do filme para passar num debate, aquele sobre o RAIMUNDÃO. eduardo.
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