domingo, 21 de abril de 2013

A exigência de um pensamento fraco no devir minoritário


Publicado na Novos Diálogos, o texto A exigência de um pensamento fraco no devir minoritário do meu amigo Ronilso Pacheco elabora um interessante diálogo com o meu texto (Por um devir minoritário no devir evangélico do Brasil) também publicado na Novos Diálogos (e antes na Uninômade) e que eu redivulguei aqui no blog essa semana.

Leiam um trecho do provocativo/reflexivo texto do Ronilso:



"Ao descobrirmos que fomos tornados produtos que desconhecemos, somos atraídos por caminhos desconhecidos deste devir minoritário deleuziano, impregnado do evangelho e das boas novas de salvação. São negros, e afirmam sua negritude; são gays, e afirmam sua sexualidade; são mulheres, e afirmam sua feminilidade e autonomia; pode não haver posição fechada sobre o aborto; pode não haver posição fechada sobre a legalização/descriminalização das drogas; não podem ser representados, porque querem falar por si mesmos; e não querem (ao menos não perseguem a ideia de) ser maioria, querem o devir minoritário. Querem a liberdade, a porta escancarada para o diálogo, as fronteiras baixas de espiritualidades outras que não nossas.

Neste terreno informe, afunda-se toda homogeneização, todo tratamento em massa, toda leitura generalizada, e passa a ser subvertido o enquadramento do perfil evangélico numa categoria única, apreendida pelos dados, pelas pesquisas, pelos censos ou pelo trabalho de campo. Há a emergência de uma referência evangélica que se capta a partir da relação. É o encontro. É o lugar do outro na abertura de si, que parece permitir apreender com mais precisão as características de uma “verdade” evangélica, influenciada e referenciada de fato em Jesus."

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