quarta-feira, 11 de setembro de 2013

11 de setembro: 40 anos


Tenho este blog desde 2007 e reparei que até hoje nunca tinha feito nenhuma postagem sobre o 11 de setembro chileno. 


11 de setembro de 1973. Já se vão 40 anos do Golpe militar que depôs Salvador Allende da Presidência do Chile.


Um dos livros que mais me marcou na adolescência foi "A Casa dos Espíritos" de Isabel Allende, onde se conta a saga de gerações de uma família, que atravessa inclusive a ditadura civil-militar chilena. Da mesma autora li também "De amor e de sombra", que também narra cenas bem fortes da ditadura chilena. Nos livros, sente-se a dor das personagens, com seus sonhos esmagados, corpos mutilados, expectativas equivocadas, seus dilemas ético-políticos, etc.



Logo tornei-me "próximo" do Chile, compartilhando uma cumplicidade com esse país, por causa de sua história de perseguições e mortes, narradas com tanta paixão por Isabel... Mesmo sem jamais ter ido ao Chile, sinto-me íntimo, tenho uma relação afetiva inexplicável com aquela terra.



Mais recentemente, conversando com jovens chilenos e chilenas, confirmei aquela ideia de que no Chile as pessoas são bastante divididas entre pró-Allende e pró-Pinochet. O filme "Machuca" narra bem a situação vivida no pré-golpe do Chile de 1973, mostrando bem o "maniqueísmo" vivido naquela época e que parece persistir até hoje.



 Pra fechar essa postagem bastante improvisada, cito meu amigo Isaac Palma:

Quem Narra a história é sempre quem tem mais poder. A grande tragédia, é o 11 de Setembro americano, aquele das torres gemêas, do inicio da guerra ao terror, das invasões aos países árabes(que ao que parece está longe de terminar). Mas existem outros 11 de setembro, existe um outro, apoiado diretamente pelos americanos, que simboliza a violência pela qual a América Latina passou, violência essa que matou bem mais que um atentado, violência imperialista de subjugar, de retroceder, de aniquilar, de desaparecer. Todos nós Latino Americanos, vitimas de Regimes Militares, morremos junto com o então presidente chileno Salvador Allende naquele 11 de Setembro, morremos das mortes violentas do poder. Choramos as dores daqueles que sufocados, pela opressão tentaram lutar. Somos desaparecidos, da luta de outros, e lutamos para que possamos aparecer, e Narrar nossas histórias. 11 de Setembro e toda America Latina chora(ou deveria). Salvador Allende vive, nas nossas lutas continuas, e não devemos esquecer, para que nunca mais aconteça.

Nenhum comentário: