sexta-feira, 4 de julho de 2008

Crianças do Abrigo Alma pedem ajuda

por: Paloma de Macedo

O Abrigo Alma - Associação Lar Missionário de Amor - localizado na Praia da Bandeira, 475 e que atende em regime de internato crianças vítimas de maus-tratos da família, está precisando de ajuda. A Petrobrás que mantinha convênio com a instituição desde setembro de 2007, rescindiu o contrato antes do tempo previsto. De acordo com a diretora do abrigo, Ilma Santos, o acordo que deveria durar um ano, foi finalizado em março porque muitas cláusulas do contrato não foram cumpridas e os repasses de dinheiro não foram feitos regularmente, prejudicando o trabalho do abrigo.
- A situação atual é péssima, estamos passando por muitas dificuldades desde o fim do convênio. Muitos colaboradores deixaram de nos ajudar depois de saberem que a Petrobrás estava investindo no abrigo. Estamos com todas as contas atrasadas e os funcionários estão sem salários há dois meses; em breve receberemos carta de despejo - conta Ilma.
A coordenadora da Alma, Ana Cláudia Santos, explica que no contrato, a empresa The Key, prestadora de serviços de assessoria técnica da Petrobrás, ficava encarregada de repassar os recursos financeiros para a ONG Cieds - Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável - que tinha como objetivo programar um plano de gestão e a capacitação técnica dos funcionários do abrigo.
- De 15 crianças passamos a cuidar de 25, pois houve contratação de novos funcionários pelo Cieds. A ONG só pagava o salário dos empregados esquecendo-se das contas e das obras de manutenção do Lar. Passamos os últimos meses por pesadelos, pois não tínhamos o que dar de comer às crianças. Sempre que pedíamos ajuda ao Cieds, eles diziam que não tinham recebido o dinheiro - informou Ana Cláudia, afirmando que logo após a quebra do contrato, foram demitidos 27 funcionários da instituição: “A The Key se comprometeu então, a doar durante um período de seis meses o valor de R$ 9.573 para que fosse utilizado da forma que nós quiséssemos no abrigo. Chamamos dez novos funcionários, mas infelizmente a empresa só nos pagou o mês de maio, teremos que mandá-los embora”, finaliza Ana.
O Cieds e a The Key disseram que trabalhavam em co-gestão e confirmam que houve atrasos nos repasses do dinheiro, mas que sempre cumpriram com as suas obrigações. - Após a ruptura do convênio da Petrobrás com o abrigo, decidimos voluntariamente ajudar as crianças por um pequeno período. Em nenhum momento foi sinalizado que não haveria mais doação para a associação, só que iríamos atrasar o dinheiro do mês de junho - disse Madeleine Braga, representante da The Key.
O abrigo depende agora exclusivamente de doações e está precisando praticamente de tudo. “O imóvel necessita de reformas e reparos com a máxima urgência. Quando tem chuva forte, todos os cômodos ficam alagados. No momento não estamos medindo esforços para fazer com que todos voltem a colaborar com a nossa instituição. Estaremos realizando um arraial no abrigo neste próximo domingo, dia 6, a partir das 12h, para tentarmos angariar fundos para quitar algumas despesas”, concluiu a diretora da Alma.

Copyright © 2000 - 2003 Ilha Notícias. Todos os direitos reservados
(esta matéria se encontra em www.ilhanoticias.com.br)

Nenhum comentário: