quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Indústria cultural/racismo cultural

Tô eu aqui numa luta enorme com o conceito de Indústria Cultural, pra poder trabalhá-lo legal com os estudantes. É interessante e tal, mas em si mesmo e sobretudo no efeito que seu uso gera, acabo vendo um tipo de crítica social muito conservador. Ainda assim, a crítica marxista por ele repatriada ajuda a pensar a cultura como algo não neutro, mas sempre fruto de investimentos pesados. A máquina industrial que investe na e produz a cultura é mesmo um "fato inegável".
Mas vejam esse trecho de Adorno/Horkheimer: "O amor funesto do povo pelo mal que a ele se faz chega a se antecipar à astúcia das instâncias de controle". Isso me remeteu à crítica que Frantz Fanon faz ao pensamento que acaba por legitimar a colonização ao sugerir a existência de um "complexo de inferioridade" do colonizado, isto é, uma predisposição em ser colonizado que seria inerente ao colonizado. Obviamente, Fanon mostra de que maneira essa perspectiva é racista. Aqui, um encaminhamento possível seria pensar o "efeito Indústria Cultural" no pensamento social como (re)alimentador de todo um racismo cultural. Tirem suas próprias conclusões.  

(Dia 13 de novembro de 2015, no Facebook)

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