Para mim, a relação entre fé
e cultura é a questão por excelência do nosso ser cristão na atualidade.
Pensar fé e cultura como diálogo já é
um ganho. Concordo com aquele dito (não muito popular) que diz: “O Evangelho
redimir a cultura, a cultura redimir o Evangelho.”.
Marcos Monteiro fala diretamente desse e de outros assuntos
nos seus escritos. Aqui, transcrevo um trecho carregado de ironia:
"A melhor imagem para descrever a difícil tarefa da
Igreja atual diante dos desafios da cidade seria compará-la ao ato de
transferir uma montanha para o centro de uma grande cidade. A pergunta pastoral
seria: Como relacionar o Sermão da Montanha – cerne e coração do
evangelho –, com sua paisagem rural e antiquada, às igrejas contemporâneas e
urbanas? Apesar de sermos urbanos, nossa mensagem é antiga e rural, nossa
teologia é antiga e rural, nossos cânticos são rurais e nossa estrutura ainda
reflete um mundo rural. Afirmamos que a fé capaz de remover montanhas é do
tamanho de um grão de mostarda, mas a maioria de nós nunca viu um grão de
mostarda nem imagina que a mostarda é uma planta. A única mostarda que
conhecemos é a que usamos no molho do hot-dog.”
Marcos Monteiro
[trecho extraído do livro Um
jumentinho na avenida: a missão da igreja e as cidades, de Marcos Monteiro,
publicado em 2007 pela Editora Ultimato]
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