quarta-feira, 15 de março de 2017

PAULO ROBERTO FOI MORTO UMA PRIMEIRA VEZ PELA POLÍCIA...


PAULO ROBERTO FOI MORTO UMA PRIMEIRA VEZ PELA POLÍCIA, UMA SEGUNDA VEZ PELO PODER MÉDICO, UMA TERCEIRA VEZ PELA MÍDIA E SUA MORTE ESTÁ AINDA NAS MÃOS DA JUSTIÇA

"Não julguem conforme a aparência, mas conforme a justiça" (Mateus 7:24)
[RESUMO PARA APRESESSADOS:
Nesta quarta há muita mobilização para atos necessários sem dúvida, mas gostaria de chamar a atenção para o caso desse menino, Paulo Roberto, morto em 2013 de maneira muito violenta (tortura) por policiais da UPP MANGUINHOS. Hoje, a partir das 11h, pessoas e grupos (convocadas por Mães de Manguinhos e Fórum Social de Manguinhos) estarão reunidos em frente ao Tribunal de Justiça do RJ, reivindicando justiça na ocasião da audiência que pode indicar alguma responsabilização do Estado ou simplesmente seguir afirmando que esse é mesmo o papel assassino/genocida do Estado em sua atuação normal.
Link para o ato-audiência:https://www.facebook.com/events/258115801307409/ ]
A quem pertence a luta pela justiça depois que um adolescente morre pelas mãos de agentes do Estado? Primeiramente, à sua mãe (Fátima Pinho) e suas companheiras de luta (Mães de Manguinhos e Fórum Social de Manguinhos). Em segundo lugar, cabe a todos/as nós, sociedade em geral - pessoas organizadas em grupos ou não -, reivindicar justiça e responsabilização do Estado.
Em outubro de 2013, Paulo Roberto foi morto por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora da favela de Manguinhos (Zona Norte, Rio, RJ). Na época, eu me lembro bem, fui a uma missa que celebrava a memória de Paulo Roberto e reivindicava justiça. A missa-encontro foi marcada pela emoção, pelo afeto, pelo choro e também por uma condução-reflexão altamente politizada de um padre progressista.
Matérias de jornal nos últimos anos mostraram que a perícia indicou a existência de espancamentos, mas os RELATIVIZOU em nome de especulações (que depois se mostraram falsas) sobre uso de substâncias tóxicas como "cheirinho da loló". Mata-se alguém (um adolescente!) a sangue frio e já se tem todo um aparato médico para garantir que a SUSPEITA e a CULPA da morte recaia sempre sobre a própria vítima. Sabemos o nome que dá sustentação a esse sistema médico-policial, RACISMO.
Hoje, 15 de março de 2017, às 11h30, a Justiça deve seguir com o julgamento do caso que indiciou à época 5 policiais. Precisamos rever tudo, a polícia sem dúvida precisa parar de matar com armas de fogo e com tortura, os médicos-peritos precisam parar de legitimar as mortes com laudos criminosos (quem se lembra da Ditadura Militar?), os jornalistas precisam parar de incriminar e enquadrar os moradores de favelas, os juízes e operadores da lei precisam parar de proferir sentenças injustas.
[não sei quem fez o belo desenho representando o Paulo Roberto, se alguém souber informe]